A cor da beleza
Pouco a pouco, moças e rapazes
bonitos, e negros, ganham espaço
em áreas que não têm nada a ver
com rebolado e ziriguidum
Aos olhos da população brasileira que se considera branca, beleza negra, por muito tempo, foi uma mulata em trajes mínimos rebolando à frente de um carro alegórico. O Carnaval vem aí para comprovar que o estereótipo continua valendo – mas há sinais de mudança. Pouco a pouco, moças e rapazes de pele escura e atributos estéticos privilegiados começam a fincar pé em esferas em que a beleza é fundamental, sim, mas com base em princípios que valem para negros ou brancos e não exigem a seminudez explícita. O fenômeno está presente, com mais evidência, nas passarelas da moda, em moças e moços altos, magros, bonitos – enfim, do porte e medidas de todo e qualquer modelo hoje em dia. Também se vêem, embora com freqüência ainda incipiente, negros e negras em outras atividades em que a aparência física conta muito: apresentador de televisão, comissário de bordo, instrutor de ginástica, vendedor de loja chique, promotor de eventos, produtor de moda. A participação em anúncios publicitários e comerciais, vergonhosamente protelada, começa a tirar o atraso. "Sempre foi difícil colocar personagens negros nas campanhas. Os clientes não aprovavam. Hoje, eles pedem para incluir negros e já existem vários comerciais em que todos os atores são negros", diz o publicitário Washington Olivetto. Em sua agência, a W/Brasil, os filmes publicitários com modelos negros passaram de dois para dez nos últimos dois anos.
Editorial da Revista Veja!
Pouco a pouco, moças e rapazes
bonitos, e negros, ganham espaço
em áreas que não têm nada a ver
com rebolado e ziriguidum
Aos olhos da população brasileira que se considera branca, beleza negra, por muito tempo, foi uma mulata em trajes mínimos rebolando à frente de um carro alegórico. O Carnaval vem aí para comprovar que o estereótipo continua valendo – mas há sinais de mudança. Pouco a pouco, moças e rapazes de pele escura e atributos estéticos privilegiados começam a fincar pé em esferas em que a beleza é fundamental, sim, mas com base em princípios que valem para negros ou brancos e não exigem a seminudez explícita. O fenômeno está presente, com mais evidência, nas passarelas da moda, em moças e moços altos, magros, bonitos – enfim, do porte e medidas de todo e qualquer modelo hoje em dia. Também se vêem, embora com freqüência ainda incipiente, negros e negras em outras atividades em que a aparência física conta muito: apresentador de televisão, comissário de bordo, instrutor de ginástica, vendedor de loja chique, promotor de eventos, produtor de moda. A participação em anúncios publicitários e comerciais, vergonhosamente protelada, começa a tirar o atraso. "Sempre foi difícil colocar personagens negros nas campanhas. Os clientes não aprovavam. Hoje, eles pedem para incluir negros e já existem vários comerciais em que todos os atores são negros", diz o publicitário Washington Olivetto. Em sua agência, a W/Brasil, os filmes publicitários com modelos negros passaram de dois para dez nos últimos dois anos.
Editorial da Revista Veja!